Entre tantas delícias de se conquistar a Libertadores, uma das maiores é
a chance de poder disputar o Mundial de Clubes no fim do ano. O
Corinthians ainda comemora o título inédito, mas já sonha com o torneio,
que será disputado entre 6 e 16 de dezembro, no Japão. O Chelsea (ING) é
o adversário mais temido, até porque, além de grandes jogadores, já tem
um espião em seu elenco: o brasileiro Ramires.
O volante passou a atuar como meia na última temporada e foi eleito
principal destaque do clube inglês, que conquistou a Liga dos Campeões
também pela primeira vez. No fim das férias no Brasil, ele assistiu à
final da Libertadores e garante: tem coisas a revelar ao técnico Roberto
Di Matteo caso enfrente o Timão no Mundial da Fifa.
Ramires comemora gol do Chelsea contra o Liverpool
- Acompanho o futebol brasileiro e já enfrentei a maioria dos jogadores
que estão no Corinthians. Se o Di Matteo me consultar, posso passar o
que penso. Tenho coisas a falar sobre o que considero perigoso na equipe
deles, mas não posso revelar o que é. Vou deixar em segredo para não
dar armas ao adversário (risos).
Ramires acha cedo para cravar uma final entre as duas equipes, mas
desde 2005, quando a competição passou a ser disputada nesse molde, só
em 2010 não houve um duelo de sul-americanos contra europeus. Na
ocasião, o Mazembe, do Congo, derrotou o Internacional na semifinal e
disputou a decisão com o Internazionale (ITA).
Falta muito tempo para o Mundial e é difícil fazer previsões. O tempo
vai mostrar melhor o que se pode esperar das duas equipes"
Ramires
Para ele, tudo vai depender do momento das equipes, que devem sofrer
uma transformação após os títulos continentais. O Chelsea já perdeu sua
grande estrela, o atacante Didier Drogba, que vai atuar no futebol
chinês. Já o Corinthians negociou seu zagueiro de maior destaque na
Libertadores. Leandro Castán, um dos principais responsáveis pelo time
ter sofrido quatro gols em 14 partidas, vai defender o Roma (ITA).
Mesmo assim, Ramires reconhece a vantagem dos clubes mais tradicionais
e, caso realmente a equipe inglesa chegue à final contra o Timão, espera
ter a torcida de sua família.
- Nenhuma equipe está garantida na final, mas se acontecer, tem tudo
para ser um grande jogo. Tenho amigos e familiares corintianos e espero
que eles não fiquem na dúvida para quem vão torcer. Senão vamos ter
problemas (risos) - brincou o jogador.
Assim como todos que acompanham o Timão comandado por Tite, Ramires
também preferiu eleger o conjunto como grande trunfo dos campeões da
Libertadores. Para ele, isso ficou ainda mais evidente na vitória por 2 a
0 sobre o Boca Juniors, no Pacaembu. Entretanto, três jogadores
mereceram uma citação especial por parte do atleta: Paulinho, Alex e, é
claro, Sheik, autor dos gols na decisão contra os argentinos.
Outro fato notório é que os sul-americanos costumam dar maior
importância ao Mundial do que os europeus. No Velho Continente, vencer a
Liga dos Campeões é o grande objetivo. Mas Ramires quer mudar isso. Em
2009, quando ele ainda atuava pelo Cruzeiro, viu o sonho de ir para o
Japão morrer na derrota para o Estudiantes (ARG), no Mineirão, na final
da Libertadores. Sonho que ressuscitou agora, e muito pelos pés do
jogador brasileiro.
Ele foi o autor de um dos gols no empate por 2 a 2 contra o Barcelona (ESP), na semifinal da Liga. E promete contagiar o grupo para levar o Mundial a sério e voltar com o título.
- Cresci vendo o esforço dos clubes brasileiros para ganhar essa
competição e ganhar esse título, para mim, seria um sonho. É uma
influência da cultura do nosso futebol. Vivi essa expectativa em 2009,
mas não foi possível. Agora vou fazer tudo que estiver ao meu alcance
para conseguir o título, inédito e muito importante para meu currículo.
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