Tratado como 'normal', Pato se hospeda no hotel do CT
Um dos maiores astros do futebol brasileiro vai passar os próximos dias
dormindo no CT do Corinthians, sem luxo, nem mordomias.
Recém-contratado, o atacante Alexandre Pato
é tratado como se fosse apenas mais um, sem o status de estrela que
poderia caber a alguém que veio do Milan e custou mais de R$ 40 milhões.
A diretoria corintiana trabalha para que a chegada do astro não quebre a
harmonia construída pelo técnico Tite, em que todos os jogadores são
tratados como iguais.
Se depender de Pato, esse problema não deve existir. Animado e bastante
disposto, o jogador agradou a funcionários e membros da comissão
técnica em seus dois primeiros dias de clube. Com simplicidade, disse
que dormiria no hotel construído no CT Joaquim Grava até achar um novo
lar para viver - ele não tem tanta pressa para isso.
A apresentação dele, sexta-feira, foi no mesmo local, sem alarde. Ao
contrário de astros recentes como Ronaldo e Roberto Carlos, a cerimônia
para a chegada de Pato não teve presença da torcida - exceção feita a um
membro de uma organizada que lhe entregou uma camisa. O caso foi
pensado pela diretoria, que não quer ver a receita do título mundial
desandar.
- O Pato tinha de ser apresentado aqui, normal, como qualquer outro
jogador. Fizemos isso com o Renato Augusto e vamos fazer com o Gil -
destacou o diretor de futebol Roberto de Andrade.
Dias antes, quando o negócio foi confirmado, a cúpula corintiana se
apressou ao dizer que o salário de Pato não ultrapassava o teto
estabelecido pelo clube, em mais um indício de que a intenção é tratá-lo
como parte do elenco, sem privilégios. De acordo com a diretoria, o
atacante pode ter ganhos maiores por causa de ações do departamento de
marketing e da exploração de sua imagem.
Tudo isso para manter a filosofia de Tite, que diz não ter estrelas em
seu elenco. O próprio Pato entendeu o discurso e, em sua chegada, disse
que não haveria um jogador “maior” do que o outro.
- Num time que é campeão mundial, todos são estrelas - afirmou o atacante.
Com um histórico de tranquilidade fora de campo, Pato mostrou estar se
adaptando rapidamente ao novo ambiente de trabalho. No sábado, sempre
sorrindo, treinou em campo por meia hora com o fisioterapeuta Bruno
Mazziotti e ficou à vontade diante dos novos colegas. As brincadeiras
com os companheiros têm sido constantes.
Na segunda-feira, ele vai conhecer mais 13 jogadores: os titulares e
dois reservas que venceram o Mundial de Clubes no Japão. Considerando-se
“mais um do bando”, Pato chegou dizendo que só quer ajudar. Com essa
postura, a diretoria espera que o clima que marcou a temporada passada
seja mantido.
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