O desejo de continuar no Corinthians e de mudar a imagem deixada por seu empresário fez com que o técnico Tite fizesse algo que não estava em seus planos: entrar no circuito de negociações direto dos Estados Unidos, por telefone, onde descansa com a família.
Durante a quarta-feira, o treinador falou com dirigentes do clube, reafirmou seu desejo de ficar e, como era esperado por todos, informou que a pedida salarial do agente Gilmar Veloz, de R$ 650 mil/mês mais bonificações por título, não era obrigatoriedade e que aceitaria ganhar um valor menor.
Com isso, o acordo que ficou por um fio na última segunda-feira, quando Andrés Sanchez detonou o empresário em rede nacional, ficou perto de acontecer, na casa de R$ 350 mil mensais, como ganhava Mano Menezes, hoje na Seleção.
- Não vejo chance de o Tite não continuar com a gente - sentenciou o diretor de futebol, Roberto de Andrade, em entrevista ao LANCE! na noite desta quarta.
- Faltam pequenos detalhes para anunciarmos. Uma ligação do Gilmar e a gente resolve a questão. Acho que já poderemos comunicar durante a festa - completou o dirigente corintiano, citando o evento que marcará a inauguração do hotel no CT Joaquim Grava, na manhã desta quinta-feira.
Durante o dia, a reportagem do LANCE! entrou em contato com três pessoas ligadas ao presidente corintiano, que já demonstravam otimismo com o acerto após a intervenção do treinador por telefone. Gilmar Veloz, que já não tem relação com Andrés (leia abaixo), se desgastou com o diretor Roberto de Andrade quando pediu salário considerado exagerado. A negociação, porém, não foi interrompida entre eles.
Em entrevista à Rádio Estadão/ESPN, por volta do meio-dia de quarta-feira, Roberto de Andrade já avisava que a saída para o fim do imbróglio era que Tite entrasse na negociação.
– Nós estamos acertando a renovação e aguardamos a sua decisão. Quem tem que resolver se aceita não é mais o Corinthians, e sim, o treinador – afirmou o dirigente, que reafirmou a intenção de não aumentar a oferta salarial, que fugiria do teto imposto pelo clube.
ENTENDA O IMBRÓGLIO:
Penta
Dia 4 de dezembro. Corinthians empata com o rival Palmeiras e conquista título.
Aval do treinador
Dia 6 de dezembro. Tite vai ao CT para reafirmar desejo de continuar, define os últimos detalhes do trabalho para 2012, incluindo dispensas de jogadores que não continuarão. Parte financeira não foi falada, ficando à cargo do agente.
Reunião à tarde e entrave
Dia 12 de dezembro. Diretoria e Gilmar Veloz negociam a parte financeira para confirmar a renovação Tite. Agente pede alto demais, ouve “não” da diretoria, que faz contraproposta. Única e última.
À noite, desabafo de Andrés
Horas depois, durante um programa do SporTV, presidente detona pedida de salário do agente. Caso vira imbróglio.
ANDRÉS NÃO TEM RELAÇÃO COM VELOZ
Andrés Sanchez externou sua raiva com Gilmar Veloz na última segunda-feira à noite, durante entrevista concedida ao SporTV. As declarações contundentes do presidente corintiano não foram motivadas apenas pelo pedido salarial para Tite, de R$ 650 mil/mês. E, sim, por problemas anteriores.
O caso mais recente ocorreu na tentativa corintiana de contratar Oswaldo, do Ceará. Depois de acertar todos os detalhes, incluindo salário, luvas e tempo de contrato, Veloz pediu quase o triplo que, segundo apuração do LANCE!, chegaria a 8 milhões de reais em quatro anos de acordo. Na ocasião, Andrés mandou cancelar tudo e prometeu que nunca mais sentaria na mesa com o agente.
E foi isso que ocorreu. Tanto que, a negociação da renovação de Tite, é conduzida por Roberto de Andrade, diretor de futebol.
lancenet !
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